Morando nos Estados Unidos: a saga do feijão
Quando me mudei pros Estados
Unidos fui morar em Hanover, uma cidade no interior do Estado de New Hampshire, quase
fronteira com o Canadá. Como os imigrantes por lá são muito poucos, tudo é bem
típico americano. Dificilmente você encontra produtos importados. Os americanos
dessa região também tem uma grande valorização pelos produtos locais (os quais
com o tempo aprendi a valorizar também).
Mas passado algum tempo, depois
de experimentar tudo o que foi possível da culinária local, senti uma
necessidade desesperadora de comer aquilo que estava acostumada no Brasil.
Estava cansada de Mac and cheese, ribs, pizza, hambúrguer, wings, entre outras
coisas que podem parecer deliciosas (e realmente são), mas que no dia-a-dia
tornaram-se pra mim extremamente enjoativas. Queria arroz com feijão!
Primeira providência: comprar uma
panela de pressão. Que brasileira vive sem panela de pressão? Comprei uma
online, da mais em conta que achei. A panela
chegou e eu toda feliz fui cozinhar o feijão que tinha trazido do Brasil.
Porém, assim que a panela pegou pressão veio o susto, a panela explodiu. Entrei
em pânico, se estivesse na cozinha teria sofrido um grave acidente.
Fiquei super triste. Quem já se
mudou do país sabe como é difícil a adaptação nos primeiros meses e tudo é
motivo para se desesperar, até um simples feijão.
Daí me falaram que tinha a opção
de comprar feijão em lata. A propósito, tudo nesse país pode se encontrar na
versão em lata, chega a ser bizarro. Fui ao supermercado e me deparei com um
mundo de feijões em lata. Nem sabia que podia existir tantos tipos de feijão, e
é claro, peguei bem o pior deles: um tal de pork and beans. Pensei, bem, deve
ser bom o feijão com uma carninha de porco. Deve ter gosto de bacon. Pois é,
não tem. É muito doce. A receita americana tradicional de feijão leva açúcar
mascavo (falo do feijão tradicional americano aqui). Depois, quando
experimentei esse feijão no contexto da comida região, até é interessante. Mas
pra comer com arroz e feijão não dá.
Depois descobri como comprar
feijão em lata. Você tem que procurar pelo Pinto beans que é o nome do feijão
que é parecido com o nosso feijão carioquinha. Depois é só procurar por aqueles
que não tem sabor nenhum ou tem somente sal. Há diversas marcas, mas eu já
comprei e sei que o da marca Goya é bem gostosinho e dá pra quebrar o galho na
hora do desespero.
O feijão em lata, por mais
parecido que possa ser, não tem a mesma textura e o mesmo gosto do feijão
cozido na hora. Fora que o feijão em lata contém muitos conservantes e sódio, o
que o torna uma alternativa não muito saudável, principalmente para quem
consome todos os dias.
Voltando à minha saga de como
cozinhar o feijão, uma amiga minha americana me apresentou a Slow cooker ,
também conhecida como Crocpot. Nos Estados Unidos é uma febre, todo mundo
usa. Eu confesso que me apaixonei pela minha Crocpot e agora faço tudo nela. A
idéia central da CrocPot é exatamente ao contrário da panela de pressão. Ela
cozinha tudo bem devagar. E como a água nunca ferve, o alimento não queima e
você pode deixar tudo cozinhando sozinho, sem precisar ficar de olho.
Finalmente vou poder contar para
vocês minha receita de feijão AQUI. Depois de toda essa saga, nunca mais fiquei com
vontade de comer feijão em casa e espero que vocês também não fiquem.
E vocês, tem alguma dica ou
história para contar envolvendo feijões?
Até a próxima
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